As medidas tarifárias do presidente Donald Trump podem ser uma faca de dois gumes, pois tendem a elevar significativamente os custos nos Estados Unidos, impactando a economia local e afetando outros países.
De acordo com a Reuters, os tributos aplicados às importações de cobre e alumínio nos EUA devem pressionar os custos internos. Caso o novo governo da Casa Branca adote essas tarifas, os consumidores americanos enfrentarão mais uma onda de reajustes devido à escassez na produção doméstica e ao tempo necessário para revitalizar a indústria nacional.
Daniel Morgan, analista do banco de investimentos Barrenjoey, sediado em Sydney, ressalta que a abrangência da nova política será determinante para seus efeitos. “No fim das contas, os custos geralmente recaem sobre o consumidor, especialmente quando não há um substituto doméstico”, explicou Morgan.
Além dos efeitos internos, países exportadores desses metais, como Chile e Canadá, podem sofrer impactos significativos, enfrentando desafios para manter sua competitividade no mercado americano. A necessidade de buscar novos compradores ou renegociar contratos pode gerar instabilidade nos setores de mineração e siderurgia.
Segundo Morgan, reativar fundições de alumínio e cobre desativadas nos EUA exigiria investimentos substanciais em infraestrutura e novos contratos de energia, o que demandaria tempo.
Por outro lado, John Finnell, CEO da International Copper Association, acredita que a imposição de tarifas pode acelerar o desenvolvimento de novas minas, como no Arizona, incentivando a produção nacional desses metais.
Anteriormente, Donald Trump já havia prometido aplicar tarifas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos, argumentando que quase 98 fabricantes de chips haviam transferido suas operações para Taiwan. O novo governo agora busca trazer essas indústrias de volta aos Estados Unidos, fortalecendo a produção interna.
Resta saber se essas tarifas conseguirão impulsionar a manufatura local sem sobrecarregar os consumidores. O sucesso da medida dependerá do equilíbrio entre protecionismo e viabilidade econômica, uma equação desafiadora em um mercado global interconectado.