A política tarifária agressiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça provocar um verdadeiro tsunami financeiro na economia global. Segundo a Bloomberg, os danos ao comércio internacional provocados pelas tarifas impostas por Washington podem alcançar impressionantes US$ 33 trilhões.
Essa cifra monumental reflete o impacto acumulado das barreiras comerciais americanas, que vêm encarecendo de forma significativa o fluxo global de mercadorias. De acordo com estrategistas cambiais do Goldman Sachs, a tarifa média dos EUA sobre produtos estrangeiros deve subir 15 pontos percentuais.
Os maiores prejudicados por essa política serão os mercados emergentes, especialmente os países do grupo BRICS. Brasil e China estão entre os que devem sofrer os efeitos mais severos. Algumas economias em desenvolvimento podem ver suas exportações para os EUA despencarem entre 4% e até 90%. Não por acaso, o Índice de Incerteza do Comércio Global disparou para níveis não vistos desde a crise financeira de 2008–2009.
Atualmente, as tarifas americanas já afetam a maioria de seus principais parceiros comerciais. As importações vindas do México e do Canadá enfrentam taxas de 25%, com exceção das exportações canadenses de energia, que seguem com tarifa reduzida de 10%. A China enfrenta um cenário ainda mais rigoroso: desde o início da primavera, seus produtos são taxados em 20%, com a Casa Branca já tendo dobrado essas alíquotas desde então. Além disso, Trump impôs tarifas de 25% sobre automóveis e peças automotivas estrangeiras, bem como sobre aço e alumínio importados.
Para os analistas da Bloomberg, esse conjunto de medidas pode desencadear uma transformação profunda nas dinâmicas do comércio global. O governo Trump pretende intensificar ainda mais as restrições, configurando o que pode ser a maior expansão tarifária da política americana em mais de um século. As consequências não devem tardar: com a inflação já em alta, a expectativa é de que os preços continuem subindo. E, segundo especialistas, no pior cenário possível, uma recessão global pode estar prestes a começar.