Kevin Hassett, assessor econômico da Casa Branca e aliado histórico de Donald Trump, surge como forte candidato a substituir Jerome Powell no comando da Reserva Federal. Ao que tudo indica, a paciência do ex-presidente com Powell se esgotou bem antes do fim oficial de seu mandato, previsto para 2026.
Hassett, veterano nos bastidores do poder em Washington, já teria se reunido duas vezes com Trump para discutir a possibilidade de assumir o banco central americano. Segundo analistas, ele lidera a corrida, à frente até mesmo do ex-diretor do Fed Kevin Warsh, cujo perfil mais independente pode ser visto como um obstáculo para um cargo que, hoje, parece tão político quanto técnico.
Ironia do destino: foi o próprio Trump quem nomeou Powell em 2017. Mas a relação azedou rapidamente. Para o ex-presidente, os cortes de juros foram lentos demais, a cautela com a inflação soava como teimosia e, francamente, a ideia de independência do Fed parecia quase ofensiva.
Agora, o mercado começa a se perguntar: quem comandará a política monetária a partir de 2026? Há até rumores de que Trump cogitou oferecer o cargo a Scott Bessent, atual secretário do Tesouro — um nome em quem confia tanto que conta os pontos-base na ponta do lápis.
Até o momento, o Fed tem adotado um caminho moderado: reduziu os juros em 1% ao longo de 2024 e sinalizou uma trajetória ainda mais cautelosa para 2025, tentando evitar uma nova onda inflacionária. Mas, com a pressão política aumentando, até essa postura já parece “acadêmica demais”.
Por ora, Powell segue no comando. Mas, nos bastidores, as cadeiras já estão sendo rearranjadas. E, nesse jogo, conhecimento em política monetária talvez pese menos do que uma habilidade bastante específica: saber dizer “Sim, senhor presidente” — de preferência, antes da próxima reunião do comitê.
