Pela primeira vez, as reservas de ouro do Tesouro dos EUA ultrapassaram o marco histórico de US$ 1 trilhão, quase 90 vezes o valor registrado nos livros oficiais. A disparidade ocorre porque o preço de uma onça de ouro não é mais os US$ 42 estabelecidos pelo Congresso em 1973, mas US$ 3.824. Isso representa um aumento de 45% em apenas um ano, impulsionado por guerras comerciais, incertezas políticas globais e preocupações sobre as finanças do governo.
Oficialmente, o estoque de ouro dos EUA é avaliado em apenas US$ 11 bilhões, valor claramente desatualizado. Se essas reservas fossem valorizadas pelo preço de mercado, o orçamento federal ganharia quase US$ 1 trilhão extra, em meio a uma dívida nacional crescente, próxima a US$ 2 trilhões.
Nem o Tesouro nem o Federal Reserve tomaram medidas para reavaliar esses ativos, possivelmente para evitar que uma maior liquidez e a redução mais lenta do balanço do Fed impactassem a percepção do sistema financeiro dos EUA. Bilhões em ativos adicionais representariam um impacto econômico relevante.
Metade do ouro americano está armazenada nos bunkers de Fort Knox, transferida na década de 1930 para proteção contra possíveis ataques. O restante está dividido entre cofres em Manhattan e depósitos militares.
Enquanto investidores buscam novas oportunidades e o mercado acompanha a evolução das moedas digitais, a reserva de ouro dos EUA cresce de forma constante. O caso reforça que, no contexto financeiro, a estabilidade dos ativos muitas vezes é mais valorizada do que alternativas digitais emergentes.
