A economia alemã parece ter optado por um caminho de progresso lento e constante. O governo anuncia animadamente que 2025 trará um modesto crescimento de 0,2%, enquanto em 2026, com a ajuda de pacotes de estímulo fiscal, e talvez algumas piadas bem cronometradas do ministro das Finanças durante o jantar, o país deverá avançar 1,3%. Pode não ser um feito de tirar o fôlego, mas já é melhor do que permanecer estagnado.
No entanto, as comemorações podem ser prematuras, pois o setor industrial alemão volta a decepcionar os fãs da lendária estabilidade germânica. Em agosto, a produção industrial despencou 4,3% em apenas um mês, e a indústria automotiva registrou uma queda ainda mais acentuada, de 18,5%. Os números deixaram economistas em pânico, e a BMW, enfrentando dificuldades no mercado chinês e novas tarifas dos EUA, reduziu discretamente sua projeção de lucros.
A explicação oficial aponta para paradas de fábrica durante as férias de agosto e ajustes nas linhas de produção — mas, na realidade, o problema parece estar nas tarifas, na concorrência chinesa e nos custos de energia em disparada. A crise econômica alemã já se arrasta há dois anos, e o chanceler Friedrich Merz promete um renascimento: resolver o problema do envelhecimento da força de trabalho e combater a burocracia. Até agora, porém, o progresso tem sido tímido — há esperança, mas poucos resultados concretos.