Se alguém ainda nutria esperanças de uma amizade calorosa entre Europa e Estados Unidos após o mais recente acordo, pode tirar o cavalo da chuva: Washington voltou a sacar sua lista de exigências para a União Europeia.
A administração Trump declarou com confiança que busca um comércio “mútuo, justo e equilibrado”. Traduzindo da linguagem diplomática, isso significa grandes concessões por parte dos europeus. Na prática, Bruxelas terá de encontrar novas formas de compromisso para manter o diálogo aberto.
Os detalhes das demandas americanas ainda não foram revelados. O que se sabe, porém, é que Trump quer discutir tudo com a UE, de regulações digitais e ética corporativa a política climática. Para os europeus, isso já chega perto da linha vermelha: as negociações correm o risco de virar um jogo de “quem desiste primeiro”.
Há, contudo, um ponto positivo: os carros europeus terão uma tarifa preferencial de 15%, em vez dos alarmantes 25%. Donos de BMW já podem respirar aliviados. O setor farmacêutico também deve receber algum alívio e, em troca, a Europa estaria disposta a reduzir tarifas sobre determinados produtos industriais americanos — isso, claro, se o Parlamento Europeu não decidir que “nenhum produto” ainda é a melhor forma de comércio.
Nos bastidores, porém, a ansiedade cresce. Os EUA parecem preparar uma expansão silenciosa das tarifas, mirando chapas de aço, equipamentos médicos e, basicamente, qualquer item que possa ser medido e taxado, com uma taxa confortável de 50%.