O impasse entre o presidente Trump e o Congresso se transformou na disputa política mais cara da história recente dos EUA. Já em sua segunda semana, a paralisação do governo começa a gerar impactos econômicos significativos.
O primeiro setor a sentir os efeitos foi o de transporte aéreo. A escassez de controladores de tráfego fez com que a maioria dos atrasos não fosse causada por clima ou problemas mecânicos, mas simplesmente pela falta de pessoal nas torres de controle. Aeroportos de Dallas a Chicago tornaram-se praticamente salas de espera, com anúncios intermináveis de atrasos, e a A US Travel Association estima perdas de US$ 1 bilhão por semana.
Nesta semana, 250 mil funcionários federais não receberam seus salários, e outros 2 milhões podem enfrentar a mesma situação na próxima semana. Um prazo especialmente delicado se aproxima em 15 de outubro, quando membros das Forças Armadas dos EUA poderiam não receber pagamento pela primeira vez em décadas, um ponto crítico que até o presidente Trump pode considerar arriscado demais para ignorar.
Parques nacionais permanecem fechados, o IRS opera apenas em caráter emergencial, e US$ 8 bilhões em programas de assistência alimentar dependem de um fundo de reserva de US$ 150 milhões, quase esgotado. A Casa Branca prometeu buscar os recursos por meio de receitas de tarifas, embora ainda seja incerto como isso será feito, assim como continua a dúvida sobre a origem do dinheiro para a folha de pagamento.
Economistas projetam que cada semana de paralisação reduz o PIB entre 0,1% e 0,2%. Contudo, desta vez, mensurar o impacto é mais complexo, principalmente devido à quase paralisação do fluxo de dados governamentais. Demissões em massa, alertadas pela Casa Branca como possíveis em breve, ainda não ocorreram. Caso aconteçam, essas demissões aumentariam ainda mais a sobrecarga das agências federais, muitas das quais ainda lidam com reduções de pessoal inspiradas nas políticas de Musk no setor público.
