Os acionistas da Tesla deram um sinal verde contundente ao que pode se tornar o maior pacote de remuneração executiva da história corporativa, um plano de compensação baseado em desempenho que pode render até US$ 1 trilhão a Elon Musk. Mais de 75% dos investidores com direito a voto apoiaram a proposta do conselho, apesar da forte oposição de grandes fundos institucionais.
De acordo com o plano, Musk poderá receber até 25% das ações totais da Tesla, praticamente dobrando sua atual participação de 13%, caso a empresa atinja metas de negócios altamente ambiciosas. Entre os principais objetivos estão elevar o valor de mercado da Tesla para US$ 8,5 trilhões e impulsionar projetos estratégicos, como a expansão do negócio de robotáxis.
O conselho de administração justificou a medida como essencial para manter Musk no comando e garantir a continuidade da agenda de inovação de longo prazo da companhia. Caso as metas não sejam alcançadas, Musk não receberá nada, independentemente de seu esforço ou progresso.
A decisão provocou intenso debate entre grandes investidores. O Fundo Soberano da Noruega, o CalPERS, o Fundo de Pensão do Estado de Nova York e diversos sindicatos trabalhistas, incluindo a Federação Americana de Professores, votaram contra a proposta. As principais críticas se concentram na possível diluição da participação acionária e na percepção de que Musk, já o maior acionista da empresa, não precisa de um incentivo adicional dessa magnitude para continuar buscando o sucesso da Tesla.
Os defensores, por outro lado, afirmam que o plano alinha diretamente a recompensa de Musk ao desempenho da empresa, reforçando a convergência de interesses entre o executivo e os acionistas. Eles também destacam que a liderança de Musk é fundamental à medida que a Tesla avança em áreas como veículos autônomos e inteligência artificial.
Não é a primeira vez que o bilionário assegura um pacote de remuneração histórico. Sob um plano aprovado em 2019, Musk recebeu 96 milhões de ações da Tesla, avaliadas em cerca de US$ 29 bilhões, condicionadas à sua permanência na liderança da empresa ou à supervisão de projetos-chave de engenharia até 2027.
Em essência, o novo plano de compensação aprovado reforça o compromisso da Tesla em manter a visão e o comando de Musk, mesmo diante do desconforto crescente de parte dos investidores com a escala sem precedentes do pagamento.