Elon Musk voltou a provocar debates sobre o futuro da economia ao sugerir que o dinheiro, tal como conhecemos, pode estar com os dias contados, ou prestes a passar por uma transformação radical. Durante uma reunião de acionistas da Tesla, o empresário levantou a possibilidade de que a energia se torne a moeda do futuro, afirmando que o valor econômico poderá, um dia, ser medido pela quantidade de eletricidade produzida ou disponível.
Embora o comentário tenha sido feito em tom irônico, a ideia se alinha perfeitamente ao discurso que Musk sustenta há anos: o de que os sistemas tradicionais de troca tendem a ser substituídos por modelos mais abertos, distribuídos e universais. A noção de energia como unidade de conta reflete um mundo em transição, no qual o valor deixa de depender exclusivamente de instituições financeiras centralizadas.
A proposta também converge com os principais interesses de Musk: energia renovável, armazenamento doméstico, geração descentralizada e, claro, criptomoedas. Ele sempre foi um defensor da adoção de painéis solares, das baterias Powerwall e de soluções para independência energética em residências e empresas. Ao mesmo tempo, mantém apoio ativo ao Bitcoin, Dogecoin e outros ativos digitais, reforçando sua aposta em formas alternativas de dinheiro.
Em um momento em que governos debatem moedas digitais de bancos centrais e o mercado avança na tokenização de recursos, ideias como essa deixam de parecer ficção científica. Se a infraestrutura tecnológica permitir rastrear, armazenar e transferir “unidades de energia” — cenário plausível em uma futura Internet of Energy — o conceito pode migrar do campo teórico para aplicações concretas.
As declarações ocorreram pouco depois de os acionistas da Tesla aprovarem o maior pacote de compensação já destinado a um CEO, avaliado em US$ 1 trilhão. Em tom de brincadeira, Musk aconselhou os investidores a “não abrirem mão de suas ações da Tesla”, reforçando sua visão de que tecnologia e ousadia continuarão moldando a economia global.
No fim das contas, os comentários de Musk não são apenas uma provocação: fazem parte de uma discussão crescente sobre o que definirá valor e troca em um mundo cada vez mais automatizado, descentralizado e dependente de energia.