O franco suíço voltou a disparar e alcançou o seu nível mais forte frente ao euro em dez anos, impulsionado pela alta das expectativas de inflação no país e pela crescente especulação de que os Estados Unidos poderão, em breve, reduzir tarifas de importação. Esse conjunto de fatores intensificou os fluxos de capital para uma das moedas mais tradicionais entre os portos seguros globais.
A moeda suíça avançou 0,4%, para 0,91862 por euro, atingindo o ponto mais alto desde janeiro de 2015, quando o Banco Nacional da Suíça aboliu o histórico limite cambial de 1,20. O franco já soma sete sessões consecutivas de valorização, sua melhor sequência desde agosto do ano passado.
O movimento ganhou força depois que Antoine Martin, vice-presidente do Banco Nacional da Suíça, alertou que a inflação deverá acelerar nos próximos trimestres. As declarações reduziram rapidamente as expectativas de um possível retorno às taxas de juro negativas. Hoje, o mercado atribui menos de 30% de probabilidade a esse cenário para o próximo ano, bem abaixo dos 64% registrados há um mês.
O franco recebeu ainda um impulso adicional com notícias de que a Suíça está prestes a fechar um acordo para reduzir tarifas de exportação para os EUA. Em um ambiente de crescente aversão ao risco global, a moeda suíça reforçou sua força de maneira independente.
Os fundo de investimento "Hedge Funds" continuam a apostar em uma apreciação adicional do franco, sobretudo contra o euro e o iene — mesmo que a velocidade da valorização esteja a testar a paciência dos formuladores de política monetária. Por ora, porém, a demanda global por ativos de segurança permanece mais forte do que qualquer sinal vindo das autoridades.
