O Japão está deixando claro que não pretende ceder facilmente nas negociações comerciais com os Estados Unidos. Segundo autoridades japonesas, qualquer concessão feita será, na melhor das hipóteses, modesta.
Tóquio não demonstra pressa em concluir um acordo com a administração do presidente Donald Trump, especialmente no que diz respeito às tarifas. “Não pretendemos fazer uma concessão atrás da outra apenas para encerrar rapidamente as negociações”, declarou o primeiro-ministro Shigeru Ishiba. A fala reflete mais uma estratégia deliberada de cautela do que qualquer sinal de urgência.
Apesar da resistência, o governo japonês não planeja adotar tarifas retaliatórias contra produtos americanos. O foco, segundo representantes locais, é manter um diálogo construtivo — e confiar que o bom senso prevalecerá. O primeiro-ministro Shigeru Ishiba acrescentou que, ao negociar com os Estados Unidos, era necessário compreender não apenas a lógica por trás dos argumentos de Trump, mas também os elementos emocionais que moldavam sua visão.
Além das tarifas, outro ponto delicado na mesa é a questão cambial. Oscilações significativas na trajetória do iene podem influenciar diretamente as decisões do Banco do Japão, especialmente no que diz respeito ao ritmo e à intensidade de futuras altas nos juros.
As autoridades japonesas há tempos buscam evitar uma valorização excessiva do iene, que prejudicaria a competitividade de uma economia fortemente voltada para as exportações. No entanto, tampouco interessa ao governo ver a moeda se enfraquecer demais. Especialistas alertam que a desvalorização do iene nos últimos anos tem pressionado os preços das importações e afetado negativamente o consumo interno — um desafio persistente para os formuladores de políticas econômicas.