O Deutsche Bank assumiu, de forma inesperada, o papel de Nostradamus das finanças globais. O banco prevê que o Bitcoin poderá integrar as reservas dos bancos centrais ao lado do ouro até 2030. A previsão se baseia em uma análise criteriosa de volatilidade, liquidez, valor estratégico e confiança.
O estudo adota um tom diplomático: o Bitcoin não substitui o ouro, mas o complementa. Em outras palavras, se o ouro é o terno clássico no guarda-roupa, o Bitcoin é o acessório de luxo que antes era considerado supérfluo, mas que hoje desperta inveja.
A demanda é impulsionada pelo déficit. Dos 21 milhões de moedas máximas, cerca de 19,92 milhões já estão em circulação, e os 5% restantes serão minerados nos próximos 115 anos. Embora haja tempo de sobra, a própria ideia de um “ouro digital com prazo” atrai não apenas fundos, mas também governos. Como sempre, a história rima: o ouro também foi visto com ceticismo antes de ser protegido em cofres guardados.
A adoção institucional já está transformando o mercado. Mesmo com o preço do Bitcoin atingindo US$ 124.500 em agosto, sua volatilidade em 30 dias caiu para níveis históricos. O Bitcoin está perdendo a reputação de brinquedo para especuladores e se tornando um instrumento financeiro sério.
O Deutsche Bank é direto: nem o Bitcoin nem o ouro têm potencial para destronar o dólar como moeda de reserva mundial. Ambos atuam como proteção contra choques inflacionários e turbulências geopolíticas, oferecendo segurança quando os investidores buscam estabilidade em vez de luxo.
O toque final é que o banco está se preparando para oferecer serviços de custódia de ativos digitais a clientes corporativos, em parceria com a Bitpanda e a suíça Taurus.