Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, ganhou novamente destaque no cenário econômico trazendo o que ele mesmo poderia chamar de um “veredito moderado” sobre a economia dos EUA. Para ele, o crescimento já dá sinais claros de perda de ritmo, mas ainda não se trata de um colapso iminente.
Em entrevista à CNBC, Dimon destacou que, embora a inflação tenha recuado, continua presa em 2,9%, acima da meta do Federal Reserve. E isso ocorre em meio a um cenário global pouco animador: escassez de insumos, remilitarização e cadeias de suprimentos fragilizadas.
Para complicar, o governo impôs uma taxa de US$ 100 mil sobre novas petições de visto H-1B, sob o argumento de estimular salários mais altos. Porém, na prática, a medida pode apenas adicionar combustível à inflação.
Enquanto isso, a Reserva Federal insiste em transmitir a ideia de que está no controle. O corte de juros foi tímido, apenas 25 pontos-base, e Dimon foi direto: medidas mais ousadas só virão se a economia entrar em colapso, não enquanto apenas desacelera.
O mercado de trabalho, segundo ele, já mostra sinais de fadiga. Encontrar o equilíbrio entre “salvar empregos” e “esmagar a inflação” é como andar numa corda bamba. Na visão de Dimon, Jerome Powell atua como um malabarista cauteloso, que não pode se dar ao luxo de deixar cair nenhum dos ovos que equilibra.
Ainda assim, Dimon tempera sua análise com uma dose de otimismo realista: não é hora de pânico, mas tampouco de festa. A economia dos EUA parece exausta, mas não quebrada. A grande questão é: quanto tempo conseguirá seguir em frente sem um novo impulso?
