Se contar dinheiro um dia parecer entediante, experimente acompanhar a dívida nacional dos Estados Unidos. Segundo os dados mais recentes, ela se aproxima rapidamente dos US$ 38 trilhões, crescendo cerca de US$ 6 bilhões por dia. Para quem gosta de precisão, isso equivale a US$ 69.891 por segundo. Tempo é dinheiro, especialmente para o Congresso, onde bilhões são adicionados com o simples apertar de um botão.
No último ano, a dívida aumentou US$ 2,2 trilhões, algo próximo do que uma família sonharia gastar comprando sua própria ilha. Isso representa US$ 283.098 para cada americano, uma soma que ironicamente é descrita como um “agradável café da manhã de dívidas”.
Enquanto isso, ninguém se entedia nos mercados: os ativos alternativos estão em ebulição. O Bitcoin ultrapassou US$ 125 mil e não dá sinais de querer recuar; o ouro flerta com a marca dos US$ 4 mil; e o dólar já perdeu 10% de seu valor desde o início do ano — e quase metade desde 2000. Talvez em breve haja motivo para sentir nostalgia das velhas notas de dólar.
Analistas da Bloomberg chamam isso de um “comércio em degeneração”, já que o dinheiro em espécie está sendo rapidamente trocado por tokens digitais e barras de ouro nas reservas pessoais. Segundo o JPMorgan, a desvalorização do dólar, há muito apreciada pelos veteranos de Washington e perpetuada por estímulos constantes do mercado, voltou à moda, com um toque de charme retrô.
À medida que a dívida dispara, o governo de tempos em tempos aperta o “pause”: relatórios de emprego são adiados, como um café da manhã que nunca chega, e os investidores sentem um verdadeiro pico de adrenalina. O Bitcoin sobe 32%, o Ether negocia acima de US$ 4.600, e a capitalização total do mercado de criptomoedas já se aproxima do orçamento de um pequeno país, US$ 4,35 trilhões — e continua crescendo.