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FX.co ★ Dólar americano: rumo a um novo boom tecnológico ou à sombra da crise de 2007?

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Forex Humor:::2025-10-15T12:17:54

Dólar americano: rumo a um novo boom tecnológico ou à sombra da crise de 2007?

O Standard Chartered lança uma questão quase filosófica: os Estados Unidos estariam à beira de uma nova era de crescimento impulsionado pela produtividade, semelhante à de 1997, quando o dólar prosperou em meio ao otimismo tecnológico? Ou estariam seguindo o roteiro de 2007, quando o mesmo entusiasmo acabou sendo o prelúdio da crise financeira global?

Por enquanto, o banco se mostra otimista. Os analistas enxergam um cenário no qual o avanço da produtividade e o crescimento dos lucros corporativos poderiam transformar novamente o dólar em um ímã para o capital global. Ainda assim, alertam que o mercado pode estar subestimando os riscos.

O Standard Chartered observa que é possível manter o excepcionalismo do dólar por meio do rápido crescimento da produtividade e dos lucros, com consequentes fluxos intensos de capital. “Diversos fatores precisariam se alinhar, mas acreditamos que os riscos são bem maiores do que o mercado atualmente prevê ou precifica”, escreveu o banco em sua última nota.

Dados preliminares indicam uma recuperação da produtividade nos EUA, e em alguns momentos até sugerem uma mudança estrutural. No entanto, os analistas lembram que a história econômica está cheia de supostos “pontos de virada”, a maioria dos quais acabou se revelando apenas ciclos temporários.

Os lucros corporativos tendem a acompanhar o ritmo da produtividade: as ações sobem quando a economia aquece e recuam quando o ímpeto diminui. Embora isso pareça ordenado em um gráfico, na prática o movimento é bem mais turbulento.

O fator central continua sendo o fluxo de capitais. Se a produtividade e os lucros seguirem crescendo, os rendimentos reais podem se tornar tão raros e atraentes quanto as auroras boreais, um cenário que sustentaria o dólar e explicaria por que seu “excepcionalismo” ainda pode ser levado a sério.

No entanto, o relatório alerta que, sem ganhos duradouros de produtividade e fluxos de capital estáveis, o dólar terá de enfrentar fundamentos desfavoráveis, incluindo o aumento das dívidas interna e externa, que continuam crescendo mais rápido do que os formuladores de políticas gostariam.

A inteligência artificial surge como um fator imprevisível nessa equação. No cenário otimista, a IA poderia se tornar o novo motor da produtividade. O Standard Chartered reconhece esse potencial, mas recomenda cautela: por enquanto, há poucas evidências de que a tecnologia esteja realmente acelerando o crescimento econômico, em vez de apenas amplificar o ruído.

Os analistas observam que tendem a acreditar que a IA pode impulsionar um crescimento mais rápido da produtividade agregada, mas ainda não encontraram uma forma empírica de comprovar isso.

No fim das contas, o dólar está em uma encruzilhada entre duas eras: uma marcada pelo otimismo tecnológico e crescimento resiliente, e outra pela supervalorização dos ativos e fadiga com o endividamento. Por ora, os mercados apostam na primeira. Mas a história mostra que o excepcionalismo do dólar pode nascer tanto de um triunfo quanto de um erro de cálculo.

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